sexta-feira, junho 04, 2004

Altista de auto-nivel

Este é o matuto Rogério Skylab

Esta é a letra de uma das músicas do album "SKYLAB IV"


PUTA.

Você vai ao samba.
Uma cabrocha: só no sapatinho.
Gostosa!!!!!
No final das contas vocês vão pro Motel.
Transam a noite inteirinha.
Trinta dias depois, ela volta grávida
E quer ter o filho.
Conclusão: você pagar pensão pro resto da sua vida.
Ela te ama?
Não!!!!!
O quê que ela é então?
Puta, é puta!!!!!
Mas você insiste,
Não entrega os pontos
Vai ao Shopping, quer comprar uma calça Lee.
Uma vendedora vem ao seu encontro
E te trata pelo nome, como se vocês fossem íntimos.
Gostosa!!!!
E sensual, provocante...
Você não enxerga mais nada.
Compra calça, cueca, meia, sapato.
Conclusão: ela é uma vendedora?
Não!!!!!!
O quê que ela é então?
Puta, é puta!!!!!
Cidade do Rio de Janeiro,
Zona sul, garota de Ipanema.
Você quer morar lá.
Tem money? Não.
Então, não pode não.
Conclusão: essa cidade te ama?
Não!!!!!!
O quê que ela é então?
Puta, é puta!!!!!
“Calma, quê isso?
Você tá tão revoltado”, disse a psicanalista diante do meu delírio.
É que todas as coisas que eu via – criança, fábrica, escola... –
Todas elas pareciam putas.
Trinta minutos depois, eu paguei a consulta
E voltei sozinho pra casa.
Com aquela sensação:
Puta, é puta!!!!!!!!!

quarta-feira, junho 02, 2004

Cinema Nordestino!


Para ter mais bilheteria, alguns cinemas do interior do
Nordeste mudaram os nomes de alguns filmes de sucesso.

Confira!


Uma Linda Mulher
A Cabrita Aprumada

O Poderoso Chefão
O Coroné Arretado

O Exorcista
Arreda Capeta!

Os Sete Samurais
Os Jagunço di Zóio Rasgado

Godzila
O Calangão

Os Brutos Também Amam
Os Vaquero Baitola

Sansão e Dalila
O Cabiludo e a Quenga

Perfume de Mulher
Cherim di Cabocla

Tora, Tora, Tora!
Oxente, Oxente, Oxente!

Mamãe Faz Cem Anos
Mainha Num Morre Mais!

Guerra nas Estrelas
Arranca-rabo nu Céu

Um Peixe Chamado Wanda
O Lambarí Cum Nomi di Muié

Noviça Rebelde
Beata Increnquera

O Corcunda de Notre Dame
O Monstrim da Igreja Grandi

O Fim dos Dias
Nóis Tamo é Lascado!

Um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita
Um Cabra Pai D' égua di Quem Ninguém Discunfia

Os Filhos do Silêncio
Os Minino du Mudim

A Pantera Cor-de-rosa
A Onça Viada

Faltam 14 dias para a PanKorómandelense!



Linguagem Jurídica

"O orifício circular corrugado, localizado na parte ínfero-lombar da região
glútea de um indivíduo em alto grau etílico, deixa de estar emconsonância
com os ditames referentes ao direito individual de propriedade"

TRADUÇÃO

Cú de bêbado não tem dono.

terça-feira, junho 01, 2004

Minhas terras é das mió!


"Por isso do valor nas minhas terras!"

Atenda o telefone se for capais!


Se ocê fose telefonista desse buteco cuma ocê ia atendê
o tefefone?

Programa de Sábado a noite!

O jeito de pensar de um programador!

Apresentações!


Eu sou Barnabé Matuto de Tudo.
O Sábio que tudo vê!

quinta-feira, maio 27, 2004

Um dia de merda



De Luiz Fernando Veríssimo,

Aeroporto Santos Dumont, 15h30min, senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. "Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo." O avião só sairia as 16h30.

Entrando no ônibus, sem sanitários. Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto.

Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei:
"Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro."
Nesse momento, sentí um urubu beliscando minha cueca, mas botei força de vontade para trabalhar e segurei a onda.
O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante:
"Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido a obras na pista."
Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo!
Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento.
Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro.

O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que, pelo menos por enquanto, as coisas tinham se acomodado.
Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro,
não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo, que alguém poderia botar seu almoço nele.
E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e,
ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado.
Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor.
Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada.
Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal.
Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério:
"Cara, caguei."
Quando meu amigo parou de rir, uns 5 minutos depois, aconselhou-me a relaxar,
pois agora estava tudo sob controle.

"Que se dane, me limpo no aeroporto."- pensei. "Pior que isso não fico."
Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte.
Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda.
Desta vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés.

E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade.
E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado?
Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.
Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira, que resolveu botar Modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e, quando foi tirá-lo, levou metade dos pêlos do rabo junto.

Mas era tarde demais para tal artifício absorvente.
Tinha menstruado tanta merda, que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada.

Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas.
Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco.

Olhei para cima e blasfemei: "Agora chega, né?" Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que concluí como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o "check-in" e ia correndo tentar segurar o vôo.
Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão, saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com roupas.
Na mala de mão só tinha um pulôver de gola "V".
A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.
Desesperado, comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis.
Minha cueca, joguei no lixo.
A camisa era história.
As calças estavam deploráveis
assim como minhas meias, mudaram de cor, tingidas pela merda.
Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10.
Teria que improvisar.
A invenção é a mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar.
Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra e mergulhei parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprender. Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque, trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola "V", sem camisa.
Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando o "RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO", e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: "Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!!!"